Choro entalado na garganta, arrepio na espinha, uma angústia que aperta no peito. Foi assim que muitos alunos saíram impactados do seminário para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado anualmente no dia 18 de maio.
A luta surgiu em memória à trágica morte de Araceli Cabrera S. Crespo, no Espírito Santo em 18 de maio de 1973, uma criança de oito anos que foi raptada, drogada, estuprada, assassinada, e depois de morta, jogaram ácido em seu corpo. Sob o olhar de Araceli, o grupo de teatro Sobrado Verde encenou a peça “Não sou Alice. Sou Araceli”. Cada detalhe da apresentação veio para reviver os últimos momentos de vida da criança. Da inocência e alegria para a solidão e agonia da mais emblemática vítima de violência contra a criança no país.
O seminário que aconteceu no dia 16 de maio, no Cine Teatro Fábio de Andrade, também contou com a palestra ministrada pela Dra. Rogéria Cristina Leme, Promotora de Justiça de Extrema. “Num mundo em que a criança e o adolescente são respeitados não precisaríamos do dia do combate. A cada 5 crianças, pelo menos uma passa por episódio de abuso. O problema existe, e o mais triste é que a criança nem sabe que está sendo vítima de abuso”, alerta Dra. Rogéria Leme.
O evento foi realizado para cerca de mil alunos entre 7º e 9º ano das escolas municipais e SENAI de Extrema. Além da orientação, o objetivo foi promover o diálogo, alertar os jovens sobre os perigos que estão expostos e incentivar a denúncia em casos de suspeitas de abusos.
O Secretário da Assistência Social, Sebastião Luís Marques, ressalta a importância de trabalhar a prevenção com os adolescentes.“É nossa responsabilidade tratar esse tema para combater essa doença social e minimizar essa situação de vulnerabilidade em que os jovens se encontram. Por isso temos intensificado o nosso trabalho tanto no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), quanto no Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) com técnicos, assistentes sociais e psicólogos”.
Para se ter uma proteção completa e ampla das nossas crianças e adolescentes é preciso ter ações em conjunto entre os serviços públicos, escola, família e sociedade. Qualquer cidadão que observar comportamento estranho ou tem conhecimento de que alguma criança ou adolescente está sofrendo violência, deve denunciar.
As denúncias podem ser feitas através do Disque Direitos Humanos pelo telefone 100; Disque Denúncia 181; Polícias Militar e Civil, Ministério Público e Conselho tutelar. Faça bonito e venha lutar diariamente contra a violência e abuso sexual.
Dúvidas, entre em contato: Conselho Tutelar de Extrema: 3435-2104 ou Secretaria de Assistência Social atende no endereço Praça Olinto da Fonseca, 12, Centro, Extrema. Tel.: 3435-5810.
Fonte: ASCOM – Prefeitura de Extrema