Dados de violência psicológica se igualam aos de violência física em Minas Gerais

Secretaria de Justiça e Segurança Pública busca orientar vítimas para que possam identificar tipos de agressão; conheça as ações de enfrentamento no estado

A análise dos dados do perfil das vítimas de violência contra a mulher em Minas chama a atenção por colocar a violência psicológica em um patamar muito próximo da tão discutida violência física.

Até dezembro de 2023, o levantamento da Polícia Civil indicava que, entre as mais de 140 mil mulheres em situação de violência em todo o estado em 2023, 38,1% sofreram violência psicológica e 38,2%, violência física.

Os dados estão disponíveis em um painel de Business Intelligence (BI), aberto para a consulta de todos os cidadãos, na internet. A ferramenta reflete o esforço do Governo de Minas para estratificar os dados e, a partir deles, fomentar frentes de atuação.

Mais dados

Entre as 54.992 mulheres que sofreram violência psicológica em Minas, a maioria (82%) foi classificada como vítima de ameaça. Perseguição e atrito verbal, nesta ordem, seguem como os demais principais motivos da busca pela polícia, nesta modalidade.

As autodeclaradas pardas são as mais atingidas (45%), e a faixa etária predominante das vítimas está concentrada entre 25 e 34 anos (28,2%).

Vale ressaltar que, em 2021, foi aprovada a inclusão da violência psicológica contra a mulher ao Código Penal e, de acordo com a nova lei, o agressor pode ficar de seis meses a dois anos preso, além de pagar multa.

Em 2023, exatas 144.157 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência em Minas.

Além das destacadas violência psicológica e física, a violência patrimonial representou 4,3% dos abusos neste ano, seguida da violência moral (2,8%) e violência sexual (1,8%).

As jovens de 12 a 17 anos são as principais vítimas de violência sexual, seguidas de meninas de 0 a 11 anos.

Já quando o assunto é violência física, mulheres de 25 a 34 anos estão no topo do ranking. A violência patrimonial, por sua vez, ocorreu em maior quantidade com mulheres de 55 anos ou mais.

O levantamento aponta, ainda, que 67% das mineiras que sofreram algum tipo de agressão foram atacadas pelos seus ex-companheiros ou companheiros atuais.

O percentual pode chegar a 70% quando o recorte é feito entre as mulheres autodeclaradas negras. Vias de fato, é o crime mais recorrente, seguido de lesão corporal.

Atendimento especializado

Estão em pleno funcionamento, em Minas Gerais, 69 Delegacias de Atendimento à Mulher, tanto no interior quanto na capital, para atendimento às mulheres em situação de violência, incluindo casos de importunação ofensiva e violência doméstica e sexual.

Fonte: SECOM – Superintendência de Imprensa de Minas Gerais

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