Suporte para esmerilhadeira traz mais conforto e segurança ao trabalhador ao manusear ferramenta de quase sete quilos
As dores nas costas são a quinta maior causa de afastamento no trabalho, atrás apenas de casos de fraturas. Em 2017, segundo a Previdência Social, foram 12.073 casos de dorsalgia, como são conhecidas as dores nas costas. O número representa 6,13% de um total de 196.754 afastamentos. Nos estados do Acre, Alagoas, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí e Rondônia, as dores nas costas são a primeira causa de afastamento.
Em Minas Gerais, onde a dorsalgia é a terceira principal causa de afastamento, alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) desenvolveram um suporte que promete acabar com as dores ocasionadas pelo uso de esmerilhadeira, ferramenta utilizada para dar acabamento e realizar cortes em peças e estruturas metálicas. A esmerilhadeira pesa cerca de sete quilos e é utilizada principalmente na indústria metalmecânica.
O SMPE, sigla para Suporte Móvel Para Esmerilhadeira, foi criado por três alunos do curso técnico em mecânica, que por já terem utilizado a ferramenta em sala de aula, perceberam que o peso muito alto trazia dores nas costas, atrapalhava a produtividade e aumentava os riscos de acidentes de trabalho nas indústrias.
“Criamos um suporte que reduz o peso dela em 80% e que não atrapalha em nada a mobilidade do operador. O suporte possui um balancim de mola, que faz a redução de peso. Ele também possui um sistema de roldanas, que dá mobilidade ao trabalhador. E a base do suporte possui rodas que auxiliam no transporte. Assim, criamos uma solução que não limitará o operador em momento algum”, explica um dos integrantes da equipe que desenvolveu o projeto, Saulo Andrade, 19 anos.
O instrutor de mecânica do SENAI de Timóteo e orientador do projeto, Felipe de Souza, destaca que além de diminuir o peso da esmerilhadeira, sem perder mobilidade, após a realização de testes práticos, foi verificado que, com o uso do SMPE, a produtividade aumentou em 100%.
O projeto surgiu durante a participação dos alunos no Mostra Inova, que os levou à etapa nacional do programa. A ideia ficou entre os quinze melhores projetos de todo o Brasil na categoria Produto Inovador. Ao todo, participaram quatro projetos desenvolvidos por alunos das escolas SENAI de Minas Gerais.
De acordo com o professor, programas como o Mostra Inova dão a chance de os alunos desenvolverem o empreendedorismo e entrarem em contato com as indústrias. “Nós, do SENAI, estamos preparando alunos para o mercado de trabalho da indústria, então nada mais correto, mais viável, que esses alunos trabalharem com esse conhecimento que adquiriram em soluções para a indústria. A gente percebe, quando eles estão desenvolvendo, um engajamento, um interesse muito grande de conseguir colocar em prática aquilo que eles aprenderam em sala”, ressalta.
Por Aline Dias (SENAI)