O Brasil está recebendo nesta semana, uma delegação composta por representantes de Moçambique e da Etiópia, líderes de governo e de instituições do setor florestal daqueles países, para uma visita técnica na área de recursos florestais. Composta por cerca de 20 membros, a delegação está sendo trazida pelo Banco Mundial, representados por técnicos da instituição que atuam em Washington, EUA e Maputo, Moçambique. A missão tem por objetivo fortalecer as capacidades dos técnicos dos países africanos que atuam na área da produção florestal, além de fomentar a criação de laços entre os atores brasileiros e africanos daquele setor.
O Brasil foi escolhido como país anfitrião, por ter uma destacada indústria florestal a nível mundial, com modernas tecnologias de produção e processamento da madeira, assim como diferentes formas de financiamento, longa experiência de regulamentação e incentivos, bem como pela eliminação de impactos ambientais e sociais em suas atividades fins.
Dentre os objetivos da missão consta o conhecimento sobre produção de carvão vegetal, sobretudo, aquele destinado ao preparo de alimentos. A produção e uso doméstico de carvão vegetal é de extrema importância para os países africanos, sendo um dos principais insumos energéticos de suas populações. Ademanda total de carvão vegetal nos países situados abaixo do norte da África (Região Subsariana) ) é atualmente estimada em 27 milhões de toneladas de carvão vegetal por ano, e a previsão para 2030 é que esta demanda possa chegar a 50 milhões de toneladas, devido a alta taxa de crescimento populacional e urbanização. Para se ter uma ideia comparativa, o Brasil, maior produtor individual de carvão vegetal do Mundo, esse valor tem chegado na ordem de 8 a 10 milhões de toneladas anuais. Enquanto a maior parte do nosso carvão vegetal é destinado ao setor siderúrgico, na África, o principal destino é a cocção de alimentos.
A parcela destinada à cocção de alimentos no Brasil, principalmente para churrasco, situa-se na ordem de 2 a 3 milhões de toneladas anuais.
Constou do programa da delegação africana uma visita à Indústria de Carvão São Manoel, localizada na região de Atibaia/Bragança Paulista, SP. A indústria foi escolhida por ser um dos melhores exemplos de empreendimento de pequeno/médio porte ligado à produção industrial de carvão vegetal para churrasco no Brasil. Em suas atividades, a empresa preza pelo respeito e profissionalismo, ao oferecer um produto de qualidade, sem agredir o homem e o meio ambiente. Deve-se a isso a adoção de medidas que, juntas, tornam-na um exemplo ímpar no setor. Na produção e comercialização do seu principal produto, conhecido como Carvão São Manoel, a empresa cumpre todas as legislações e normas determinadas pelas organizações responsáveis pela segurança e manutenção do meio ambiente e de seus funcionários.
O carvão vegetal é produzido somente com madeira de floresta plantada de eucalipto, com total respeito a legislação ambiental, preservando áreas de mata nativa e nascentes. A empresa ainda realiza a coleta de todos os resíduos gerados pela produção. Em especial, coleta a fumaça proveniente dos fornos de carbonização, produzindo o extrato de pirolenhoso – insumo e repelente natural contra insetos usado na agricultura – reduzindo as emissões gasosas. Compõe ainda o ambiente de atividades da empresa o uso de energia solar e de água de reuso. Não é por conta que a Industria de Carvão São Manoel tem sido eleito pelas mais importantes redes de varejo, como um dos principais fornecedores de carvão vegetal para churrasco no Estado de São Paulo.
Compareceram ainda à recepção da delegação africana, representantes da Federação do Comercio do Estado de São Paulo (Fecomercio, SP), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef) e da Associação Oisca Brasil.
