Cansada de deparar com os números que apontam a acentuada aceleração dos casos de câncer no Brasil, Joyce Natali dos Santos, moradora de Cambuí, no Sul de Minas Gerais, resolveu fazer algo para ajudar as pessoas que sofrem da doença. Ela iniciou em abril de 2013 um movimento no combate ao câncer na cidade.
Joyce contou ao jornal O Registro que ficou muito abalada com tantas confirmações e casos de morte e criou uma página na rede social (Facebook) para que os internautas pudessem compartilhar ideias, experiências e dicas de como lidar com a situação, além de ajudar as famílias a enfrentar este mal do século. “Fui uma maneira que encontrei de alertar as pessoas sobre a prevenção e os cuidados da questão. Eu pesquiso e trago informações sobre eventuais processos de cura, além de outros assuntos relacionados. Na maioria dos casos os pacientes têm que ir até outra cidade para se tratar pois o município de Cambuí não apresenta uma instituição especializada no tratamento. Não recebemos ajuda de nenhuma instituição. É apenas um movimento solidário”, ressalta Joyce. Ela comenta que a “Casa São Rafael”, localizada na região de Pouso Alegre/MG, presta este tipo de serviço. “Aceitamos a ajuda de todos para compartilhar informações que são extremamente importantes. Com as informações no grupo, percebi que a taxa de vítimas de câncer em minha cidade abaixou”, destaca.
Os gráficos da doença não param de crescer no país. Quem afirma é o MS (Ministério da Saúde) que divulgou, em Brasília/DF, a triste realidade dos gráficos. O MS informou que em 2014 serão mais 576 mil novos casos de câncer – o que representa um aumento de 11% em relação à previsão nacional para 2012. “Li muitas matérias sobre o aumento da doença. Em 2006 perdi minha mãe porque ela estava com câncer no ovário. Ela sempre se queixava das dores abdominais e das prisões de ventre constantes que se seguiram por três anos. Sempre falávamos para ir ao médico mas ela dizia não ter ‘tempo’ para se cuidar. Talvez se houvesse uma maior prevenção e atenção, ela poderia estar hoje conosco. O maior número de vítimas de câncer estão entre as mulheres, mães de família, que deixam sua saúde de lado para cuidar dos maridos, dos filhos e da casa; e acabam se esquecendo de cuidar de si mesmas”, relata Joyce. Ela dispara: “Existe falta de interesse e informação porque quando queremos, ‘madrugada vira dia’, ‘intervalo vira oportunidade’. Não custa nada, pelo menos uma vez ao ano, fazermos os exames de prevenção. Nenhuma dor é normal, nenhuma dor é tolerável. Se existe dor é porque algo está errado. Muitas pessoas deixam de fazer os exames por medo de encontrar algo mas o medo atrai coisas ruins e essa é uma palavra que não se encontra em meu dicionário da vida”.
Joyce citou ainda os casos dos homens. “Eles precisam acabar com este preconceito (citando, por exemplo, o exame que detecta o câncer de próstata). Existe solução quando há prevenção. Devemos pensar positivo e agir. As palavras têm poder então devemos ter cuidado ao mencioná-las de forma errada. Use-as a favor, acredite em você mesmo, em você mesma, e lembre sempre que quando você adoece sua família também adoeceu. Ela também sofre com você ou até pior. Não seja egoísta em nenhum momento e aceite a ajuda”.
Com palavras motivadoras e que servem de exemplo para todos, Joyce acredita na cura do câncer. Para ela, não se deve acomodar perante o problema. “Tive a iniciativa de montar o grupo aberto no Facebook e que leva o nome ‘Cambuí Contra o Câncer’. Lá, as pessoas podem deixar opiniões e deixar as suas dúvidas. Vamos compartilhar essas experiências de vida porque elas servem de exemplo para muitos que estão passando pela mesma situação. Isso ajuda os doentes – tanto do ponto de vista financeiro quanto da parte psicológica –, dá dicas de remédios que não se usam mais (pois esses remédios são caros e muita gente não tem condições de compra-los), além de outros tópicos. A ideia é mobilizar a sociedade cambuiense e despertar as pessoas para uma nova vida. Vamos nos prevenir e ajudar quem já está com a doença. Vamos limpar nossa cidade deste mal”, desabafa Joyce.
Os interessados em entrar em contato com Joyce podem procurá-la na comunidade “Cambuí Contra o Câncer” ou entrar em contato pelo telefone (35) (35) 8805-7280. O e-mail de contato é joycegtr@hotmail.com Participe! Essa causa vale a vida! (Texto: Léo Demeter – jornalista)