A chegada do mês dedicado ao enfrentamento da doença é uma excelente ocasião para reforçar os benefícios da prática regular de exercícios visando o aumento da qualidade de vida dos soropositivos
O Dia Mundial de Luta Contra a Aids é 1º de dezembro, mas o mês inteiro está prestes a ser dedicado para ações direcionadas ao enfrentamento do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). É o que prevê Dezembro Vermelho, projeto de lei da Câmara aprovado recentemente pelo Senado. O texto segue para sanção presidencial.
A ocasião também é importante para se falar das inúmeras vantagens dos treinos para quem convive com o vírus. O próprio Ministério da Saúde aprova e estimula como política pública a prática regular de exercícios físicos pelos soropositivos, em razão dos benefícios gerados. “Porém, vale lembrar que, para produzirem resultados significativos, é fundamental a orientação de um especialista que terá condições de avaliar, prescrever e acompanhar a realização das atividades, indicadas para cada caso e, inclusive, interrompê-las quando julgar necessário”, explica a dra. Karina Hatano, médica do exercício e do esporte.
Caminhada, dança, musculação, natação, hidroginástica, corrida de rua, entre outras modalidades, promovem segundo a especialista uma resposta fisiológica melhorando a qualidade de vida do praticamente. No geral, proporcionam benefícios no sistema cardiorrespiratório, aumento dos níveis de força, elevação no “colesterol bom” (HDL) e redução no “colesterol ruim” (LDL). “Também diminuem os níveis de triglicérides, ajudam a controlar os índices de glicose no sangue, além de elevarem a disposição e a autoestima. Ainda aliviam o estresse e, o mais importante para os soropositivos, estimulam o sistema imunológico na defesa do organismo e amenizam alguns efeitos colaterais provocados pelos medicamentos”, comenta a médica.
O programa de treinamento deve ser individualizado, estabelecendo as metas e as intensidades para cada um. Precisa prever um monitoramento constante para adequação de carga e período de repouso, o que reforça ainda mais a necessidade de uma correta orientação.
Por: Karina Hatano, médica do exercício e do esporte, mestre em Medicina Esportiva pela Universidade Federal de São Paulo, onde também realizou a Residência Médica em Medicina do Esporte, além de acumular especialização em fisiologia do exercício e nutrologia. Preceptora da Medicina Esportiva da Universidade Federal de São Paulo e professora da Liga de medicina esportiva da UNIFESP, também é responsável pela saúde de atletas de alta performance de diversas modalidades esportivas, como da seleção brasileira de natação e das confederações brasileiras de beisebol e softbol.
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