Arquitetos explicam como obter um ambiente mais atemporal, com base em móveis essenciais e pequenas alterações nas roupas de cama, acessórios e quadros
A chegada do primeiro filho representa o momento em que o tema quarto de criança costuma entrar na órbita das preocupações de um casal. Em um tempo razoavelmente curto e em meio a todas as preocupações que envolvem a gravidez, é preciso criar um ambiente adaptado ao bem-estar do novo morador.
Cedo porém, móveis como berço, trocador e poltrona de amamentação caem em desuso e, com ele, a maioria dos acessórios que compõem a decoração. Na verdade, trata-se apenas de uma entre as muitas transformações pelas quais o quarto terá de passar para se adaptar às diversas fases de desenvolvimento da criança e mesmo à chegada de um eventual irmãozinho.
“Se a base for neutra, com o passar do tempo, o quarto infantil pode ir se transformando por meio de mudanças pontuais, como trocar a luminária de cabeceira, por exemplo”, destaca o arquiteto Gabriel Magalhães.
Segundo o arquiteto, quem busca um quarto mais atemporal deve evitar a todo custo as propostas temáticas, pois os interesses das crianças mudam muito. “A dica é criar uma base neutra, com móveis essenciais, sem nada muito marcante, e que com o tempo possa ser transformado com base em pequenas alterações como roupas de cama, acessórios e composição de quadros”, explica ele.
Já para o arquiteto David Bastos, a aposta pela durabilidade começa pelas cores. “Por que não abandonar os clássicos azul e rosa e pensar em uma paleta com tonalidades como o cinza e o cru?”, sugere ele, que decorou um espaço nos tons para funcionar como quarto e sala de jogos. Mudanças são inevitáveis, ainda mais em quartos de crianças. Mas, para economizar esforço e recursos em reformas que têm tudo para se tornar frequentes, algumas dicas podem ser bastante úteis, desde que observadas desde o início de cada projeto.
Marcenaria. Restrinja os móveis fixos apenas ao necessário, como guarda-roupa e estantes, que podem ocupar apenas uma das paredes do quarto, liberando o espaço central, sem prejudicar a circulação.
Revestimentos. Pintura e papéis de parede (desde que laváveis) são os mais indicados, porque podem ser substituídos com facilidade. Evite acabamentos texturizados que podem ser de difícil remoção.
Piso. Para evitar escorregões em qualquer fase da vida da criança, pisos de madeira são os mais recomendados. Laminados ou vinílicos são também boas opções, por possibilitarem fácil limpeza.
Iluminação. A mais recomendada é a geral e indireta, produzida por rebatimento no forro. Evite pontos de luz direcionáveis que podem cair em desuso à medida que o mobiliário for substituído e, sobretudo, lustres temáticos. Caso queira personalizar a decoração, opte por peças avulsas como abajures e luminárias de mesa.
Cortinas. Evite tecidos que acumulam poeira. Dê preferência a modelos sem volume, em materiais resistentes e sem cordas de ajuste, que oferecem riscos.
Tapetes e carpetes. Devem ser evitados por acumularem poeira, o que pode acarretar problemas respiratórios. Caso opte por eles, a peça deve ser fixada com fita adesiva no piso para diminuir o risco de deslizamento.
Móveis. Pense a longo prazo. No lugar de encomendar um trocador com gavetas sob medida, por que não providenciar uma bancada generosa, onde o bebê possa ser acomodado, mas com espaço livre na parte debaixo? Com o tempo, o móvel pode se transformar em bancada de estudos.
Fonte: E+ Estadão