Fraqueza muscular de braços e pernas, queda das pálpebras, visão dupla e dificuldade para falar, mastigar e engolir são os principais sintomas da miastenia gravis, uma rara doença autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos – a junção neuromuscular.
“Como os sintomas são variáveis e flutuáveis, o indivíduo nem sempre relaciona os sinais a um problema neuromuscular. Desta forma, o diagnóstico é um dos principais desafios dos pacientes. De acordo com dados mundiais de epidemiologia dos distúrbios neuromusculares, estima-se surgir em torno de 1,5 mil novos casos da doença por ano no Brasil”, informa o neurologista especialista em doenças neuromusculares dos Hospital das Clínicas, do Hospital Santa Marcelina e diretor Científico da Associação Brasileira de Miastenia (ABRAMI), Eduardo Estephan.
Dia 2 de junho é o Dia Mundial da Miastenia Gravis e a ABRAMI aproveita a data para disseminar informações sobre a doença e alertar para a importância do diagnóstico e tratamentos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “A miastenia gravis atinge principalmente mulheres entre 20 e 30 anos. Acima de 60 anos, ambos os sexos dividem o diagnóstico, enquanto aproximadamente 10% dos casos podem aparecer na infância. A doença pode ser constatada por meio de exames de eletroneuromiografia e de sangue”, comenta Estephan.
Para tratar a doença, é recomendado o tratamento com medicamentos chamados anti-acetilcolinesterásicos, que melhoram a comunicação do nervo com o músculo. Se os sintomas persistirem, será necessário usar medicamentos para diminuir a imunidade. “Embora a miastenia não seja degenerativa, a remissão vai depender da eficácia do tratamento. Como ela pode voltar a qualquer momento, cuidados e acompanhamentos podem ser necessários por toda a vida”, completa.
Fonte: ABRAMI