O argumento vazio de um “politico” local que certa vez disse que o Coletivo Cultural Carapuça (CCC) “não iria pra frente porque não tinha dinheiro” foi contestado diante do sucesso das várias atividades culturais que fizeram parte da inauguração oficial da sede.
O domingo começou ensolarado dispondo de um convite natural para a população. No começo da manhã artesãos e artistas foram tomando as calçadas da Praça Sebastião Garcia, vindos de Cambuí, Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e de Estiva.
Os toques firmes dos instrumentos da Fanfarra Newton Noronha abriram o evento, seguido da solenidade do prefeito João Marques, mencionando a importância do CCC e colocando-se à disposição para ajudar o grupo.
Logo mais, a Igrejinha de Santa Terezinha, (um e dos bens tombados da cidade) foi aberta, pois muitas moradores da própria cidade nunca haviam entrado e muitos ficaram maravilhados com a simplicidade do local.
Com o rumo da festa tomado, o trânsito no quarteirão em frente à Casa de Cultura José Garcia se transformou em uma grande passarela com muita gente se divertindo e aproveitando os diversos sofás que foram espalhados no meio da rua deixando a a bagunça ainda mais completa.
Aos pés da Igrejinha a escadaria virou lousa para o giz grafar poesias e palavras bonitas entre o monumento do Obelisco – local que marcou a emancipação política do Município. Neste mesmo espaço os capoeiristas e os berimbaus da Associação São Jorge Guerreiro acolhiam as pessoas que chegavam e se impressionavam com o evento, transitando pela feira de artesanato, junto com a alegria do palhaço Recocô membro da trupe do Comando do Riso, que distraiu e deixou o público confuso com suas mágicas e truques.
Próximo dali, os postes da redondeza eram decorados com poesias e potes de plantas. Uma linda interversão organizada pelo Movimento Laranja de Pouso Alegre que estendeu a sua vinda no evento fazendo uma oficina de dobraduras com o público. Porém as intervenções não paravam, ali também estavam a associação de defesa ambiental Plante Vida, que também era de Pouso Alegre, doando mudas para as pessoas que transitavam pela Feira-livre que estava repleta de vinis, livros, grafites, quadros, lenços e camisas que coloriam o ambiente entre as árvores, formando um ambiente muito agradável.
Já eram quase meio dia e o calor era amenizado com copos de água distribuídos gratuitamente, outros se deliciavam com porções de pinhão, aproveitando o porão da Casa de Cultura José Garcia (onde abrigara a sede física do CCC) vendo que as paredes foram tomadas por fotografias do Sr. José Clemente, uma grande exposição foi dividida em quatro eixos: fotos antigas da cidade, fotos de celebrações religiosas, fotos de crianças e fotos feitas no quintal da casa do fotografo, além de milhares de fotos que estavam sobre uma mesa. Centenas de pessoas passaram pelo local, muitas se encontraram nas imagens, algumas fizeram questão de ir buscar parentes e amigos para ver e recordar os momentos imortalizados pelas lentes. A Sra. Vilma, irmã do fotografo esteve presente e irradiava alegria ao ver o acervo exposto, talvez o primeiro grande reconhecimento da memória de seu irmão, que recentemente faleceu e dedicou parte de sua vida fotografando de tudo um pouco.
Após o almoço o palco montado tremeu com o som da banda estivense Origam. O pop rock nacional era ouvido e cantado nos quatro cantos da Praça. Em seguida foi a vez do Projeto Consonância, formada por dois Diegos, um Dais e outro DGO vindo de Santa Rita do Sapucaí e Paraisópolis. A rima forte fez o público refletir sobre diversos temas. E seguindo a arte de improviso do rap, no meio da apresentação os músicos convidaram dois estivenses para subirem no palco. Os conhecidos Kadu e Girafinha representaram bem a cidade, causando surpresa nos presentes que não conheciam esta vertente musical dos jovens. Para encerrar com chave de ouro os músicos da banda TrioUaiZap subiram ao palco e fizeram os presentes cantaram junta com eles dezenas de sucessos do rock nacional.
O evento foi um grande sucesso, tanto de público como pelo formato inovador, movimentando a cidade, as palavras de reconhecimento e incentivo eram inevitável, porém juntas viam a pergunta: quando será o próximo? Muita coisa ainda vai acontecer!
Fonte: Coletivo Cultural Carapuça