Foram quase seis anos desde que decidi entrar na dura carreira dos Ultras Maratonistas. Foi exatamente no ano de 2014 quando esse mundo pouco conhecido no nosso país começou a ganhar uma força gigantesca, o mundo dos Trail Runners. Fascinada com a descoberta depois do X Terra Brasil Ilhabela 50 km, não consegui mais parar. Fiz todo o circuito em 2014, ficando em segundo lugar no ranking X Terra 50 km, 2014 e 2015 em que também fui campeã do circuito 50 km do circuito Corrida de Montanha essa da copa Paulista.
Fui me aventurar na Ultra Chalenge Agulhas Negras, desta vez 80k que viraram 90km, virada essa que me deu índice para correr à temida Ultra Maratona dos Perdidos 105 km. Fui para Ultra dos Perdidos em 2016, mas devido ao temporal que alagou os Perdidos, a prova teve que ser cancelada dando o direito de voltarmos em 2017 quando tive a honra de ser campeã da Ultra Maratona dos Perdidos 105 km. Continuei em 2018, me machuquei e terminei em 3° lugar, muito chateada comigo mesma.
Em 2015, conheci também o circuito KTR Séries que se trata de uma dass provas mais duras do país, me consagrando campeã do circuito longo KTR Séries 2016, segundo em 2017 e campeã novamente em 2018, provas essas que foram me classificando nos ranking da UItra e Skyrunning. No mês passado, mês do meu aniversário, exatamente no dia 18/06/2019, veio a tão sonhada notícia, uma carta no Facebook dizendo que os primeiros colocados do ranking Sky Marathon estavam convocados para representar o Brasil na Ultra Maratona dos Perdidos, desta vez 80k. Chorei, nem tinha visto. Um amigo de Atibaia, Luiz Torres me mandou um áudio no WhatsApp dizendo “você viu, garota, que o seu nome aparece na convocação?”.
Daí por diante poucos dias de preparo, as dúvidas “o que treinar, o que comer?” Enfim pus três coisas que me fizeram vencer, Deus (minha força), maior família (minha base) e os anos de aprendizagem que me fizeram ser forte. Parti para Curitiba na última quinta-feira, com a certeza que Deus me capacitou para estar lá. Larguei as 0h de sexta-feira, tive medo e incertezas mas nada disso me fez parar. Era quarta colocada e depois da metade da prova consegui o segundo lugar, daí por diante, foi no suor na raça e no sangue brasileiro. Cruzei a linha de chegada, desafiada pelo professor Rafael Guedes, para terminar com menos de 15h e, sim, terminei com 13h17, vice campeã do mundial Sul America Continental Sky Marathon.
Só me resta agradecer todos. Extremafisio na recuperação, Rafael Guedes no apoio aos treinos, academia Aika na base de força, Brag Motos no incentivo inicial do ano, MB Treinamento, Ekes Suplementos, responsável Edson K. Suzuk, e Fórmula Vita juntos fazendo a diferença na suplementação, Tia Vilma Doces e Salgados no incentivo, os amigos em particular, a Prefeitura de Extrema, Secretaria de Esportes no Projeto Auxílio Atleta, Jornal O Registro desta vez ajudando na minha biografia. Sem dúvida, é um momento mais que especial e todos da cidade Extrema/MG, irmãos da igreja, companheiros de trabalho equipe da estratégia da saúde na atenção primária e, mais uma vez Deus e família, sem vocês nada disso seria possível obrigada. Elizabete Prado