Ao entender melhor a conta de energia, clientes podem acompanhar o consumo de forma consciente
Você sabe como é feito o cálculo da sua conta de energia? Entender a composição da fatura é uma das principais dicas para consumir energia elétrica de forma mais eficiente. Isso porque ao acompanhar o consumo, é possível identificar gastos extras no dia a dia e adotar práticas para economizar, principalmente nesse período de bandeira tarifária vermelha patamar 1, que foi acionada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) devido à baixa nos reservatórios das hidrelétricas. Essa mudança na bandeira representa um valor adicional na conta do consumidor.
O gerente de Serviços Comerciais da Energisa Sul-Sudeste, Dalessandro Luis Mafei, explica que o valor da tarifa é definido pela Aneel, agência responsável pelas regras e fiscalização do setor elétrico no Brasil. “Os processos de reajuste ou revisão tarifária também são determinados pela Aneel, a partir de normas e metodologias bem definidas, sempre olhando para o cenário individual de cada concessionária”, expõe.
De forma simples, é possível separar o sistema de energia em três etapas básicas: geração da energia, transmissão e, por último, a distribuição da energia que chega ao consumidor final (residências, estabelecimentos comerciais e industriais). O total da tarifa considera a soma dos custos desse processo, mais os encargos setoriais, impostos diretos, acréscimos da bandeira tarifária vigente e outros serviços.
“Quando a conta chega ao consumidor em uma fatura única, muitas vezes ele não percebe que já estão embutidos outros valores que compõem a tarifa. Esses valores são arrecadados pela distribuidora, por meio da conta de energia, e repassados diretamente às empresas responsáveis por cada uma dessas fases do processo produtivo da energia”, esclarece Dalessandro.
Detalhamento
Na área de concessão da Energisa Sul-Sudeste, que compreende 82 municípios no interior de São Paulo, sul de Minas Gerais e Guarapuava (PR), somente 16,1% do valor da conta é repassado para a Energisa. Ou seja, de cada R$ 100 pagos na conta de luz, R$ 16,10 ficam com a Energisa.
Com esse valor a empresa distribui energia a todos os clientes, paga fornecedores e prestadores de serviço, renova e faz a manutenção da sua frota, mantém e amplia a rede e os sistemas elétricos, garantindo o atendimento 24 horas e 7 dias por semana, além de investir na modernização e melhoria crescente da qualidade dos serviços prestados. Os 83,9% restantes vão para outras empresas que operam no sistema elétrico que leva a energia até a sua casa (como as geradoras e as transmissoras de energia e para o pagamento de encargos e impostos cobrados pelos governos).
Além de disponibilizar dados sobre o consumo mensal e diário, a conta de energia também apresenta detalhes que ajudam a entender para onde vai o seu dinheiro. Dessa forma, dá para fazer um comparativo da média diária da energia consumida e comparar com os gastos do mês anterior.
Vale lembrar que o valor total da conta pode variar de acordo com o período de leitura, que pode ser entre 27 e 33 dias, informação também disponível na fatura. E para não ter surpresas no final do mês, é importante que a família adote hábitos individuais e coletivos para consumo consciente da energia elétrica.
“Algumas práticas como guardar alimentos quentes na geladeira, sobrecarregar a tomada com vários aparelhos, deixar equipamentos em stand-by, banhos demorados contribuem para aumentar o consumo da energia. Por isso, ressaltamos que é importante que as pessoas adotem um comportamento consciente e assumam o compromisso diário de evitar o desperdício de energia”, enfatiza Dalessandro.
Bandeira vermelha
Com o início do período seco, a Aneel informou que foi preciso acionar a bandeira vermelha patamar 1 neste mês. Sem chuvas nas principais regiões do país, o cenário de reservatórios reduzidos desfavorece a produção de energia pelas hidrelétricas. Na prática, a tarifa de energia elétrica referente ao mês de maio terá um acréscimo de R$ 4,169 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel e funciona como uma sinalização para que o consumidor de energia elétrica conheça, mês a mês, as condições e os custos de geração no país. Quando a produção nas usinas hidrelétricas (energia mais barata) está favorável, aciona-se a bandeira verde, que não tem acréscimos na tarifa. Em condições ruins, podem ser acionadas as seguintes bandeiras: amarela, com acréscimo de R$ 1,34 por 100 kWh; vermelha patamar 1, com mais R$ 4,16 por 100 kWh; e vermelha patamar 2, com aumento de R$ 6,24 a cada 100 kWh.
Fonte: Energisa