Extrema lança projeto socioeducativo para condenados pela Lei Maria da Penha

Cerca de 200 pessoas marcaram presença no lançamento do projeto fundamentado na metodologia “E agora, José?”

A Secretaria Municipal de Assistência Social promoveu na tarde de 22/08, o lançamento do projeto Recomeços, que tem o objetivo de reeducar os agressores acusados de violência contra a mulher. O evento contou com a palestra da promotora de justiça Rogéria Cristina e integra a programação da campanha Agosto Lilás no município.

Fundamentada na metodologia do “E agora, José?”, o projeto surge da necessidade de trabalhar o tema com os homens, que são os principais autores de violência doméstica, em especial com aqueles condenados pela Lei Maria da Penha. Com 18 encontros semanais (presença mínima de seis encontros), que mesclam vídeos e rodas de conversa, o trabalho promete ser mais uma ferramenta na luta contra a violência contra a mulher.

“[A metodologia] Foi desenvolvida pelo psicólogo social na comarca de Santo André, Flávio Urra, que durante 10 encontros esteve no município de Extrema, capacitando profissionais da Secretaria de Assistência Social para trabalhar com homens, como medida cautelar [...]. Eles serão obrigados a estar nesse grupo, que vai falar sobre diversos temas, com o fundamento e o objetivo de desconstruir esse machismo e essa cultura patriarcal existente hoje na nossa sociedade”, comentou o Gerente de Proteção Social Especial, Vinícius Neves.

Palestrante da tarde, a promotora de justiça Rogéria Cristina reforçou que a violência contra a mulher é um fenômeno que precisa ser enfrentado por meio de diferentes vias, seja na repressão dos agressores ou na prevenção do crime, a fim de impedir a propagação do sexismo:

“Historicamente, o que se viu, inclusive no Brasil, foi um grande silenciamento desse tipo de sofrimento, tanto físico, psíquico, quanto moral das mulheres. A Lei Maria da Penha só fez foi trazer à luz algo que já se sabia. Por exemplo, havia um ditado secular no Brasil, que é ‘em briga de marido e mulher não se mete a colher’, ou seja, havia quase que uma aceitação, uma tolerância na sociedade e na cultura com relação à violência contra a mulher”, explicou a promotora.

0202

Pin It

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>