IPÊ inicia projeto na região do Sistema Cantareira que prevê recuperação de corpos hídricos

“Semeando Água” recuperará serviços ecossistêmicos através de recomposição florestal e adoção de práticas sustentáveis de uso do solo

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Durante dois anos o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) realizará o projeto “Semeando Água”, patrocinado pela Petrobras Ambiental. O projeto prevê a recuperação de corpos hídricos em municípios que abrangem o Sistema Cantareira de abastecimento de água, por meio de extensão rural, capacitação e educação ambiental.

O projeto inclui municípios dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, contemplando as cidades paulistas de Joanópolis, Vargem, Mairiporã, Nazaré Paulista e Piracaia, além dos municípios sul-mineiros de Extrema, Itapeva e Camanducaia – todas foram estrategicamente selecionadas por estarem inseridas em uma importante área produtora de água, que abastece diariamente mais de nove milhões de pessoas da Região Metropolitana de São Paulo. O “Semeando Água” iniciou suas atividades em Joanópolis  com o Curso de Capacitação em Manejo Ecológico de Pastagens, que teve como objetivo capacitar produtores rurais a converterem a pastagem convencional para o pastoreio rotacional.

Durante o curso, os 26 participantes presentes tiveram a oportunidade de conhecer e entender as principais vantagens e resultados do pastoreio rotacional, que foi apresentado pelo professor e engenheiro agrônomo Jurandir Melado.  “Antes de se tornar um bom produtor de carne ou leite o pecuarista precisa se tornar um excelente produtor de capim”, segundo o professor Jurandir o boi é um aliado importante na recuperação do solo, desde que seja bem manejado. A capacitação contou também com a parte prática, por meio da implantação do sistema rotacional na propriedade do senhor José Bragion. “Estou animado para ver os resultados, minha maior preocupação é a proteção das encostas, já que minha propriedade fica localizada em um vale, sofro constantes enxurradas, e isso além de me gerar gastos, compromete as nascentes que tenho aqui”.  O próximo passo é identificar propriedades que sejam estratégicas e prioritárias para a conservação dos corpos hídricos e biodiversidade.

O projeto – A diminuição de florestas causa a perda de muitos serviços ecossistêmicos, como a qualidade da água e redução da biodiversidade. Para reverter esse processo, o IPÊ com o patrocínio da Petrobras Ambiental, realiza o projeto “Semeando Água”, que acontece nos estados de São Paulo e Minas Gerais, com pequenos proprietários em áreas rurais dos municípios de Mairiporã, Nazaré Paulista, Joanopólis, Piracaia, Vargem, Itapeva, Extrema e Camanducaia. Nestas cidades, as propriedades parceiras têm sido selecionadas de forma estratégica, a fim de conservar os corpos d´água e a biodiversidade ali existentes. Tais localidades, além de concentrarem nascentes, possuem áreas florestais que abrigam espécies ameaçadas de extinção e que formam um corredor florestal entre as Serras da Cantareira e Mantiqueira.

Junto com os proprietários, o projeto “Semeando Água” busca influenciar melhores práticas de uso do solo que contribuam para a conservação dos recursos hídricos. Para isso, a proposta é recompor a floresta nativa e realizar manejo de pasto em áreas prioritárias. No pasto, por exemplo, o projeto estimula a conversão para o pastoreio rotacional Voisin* (lê-se “voasan”), monitorando os ganhos ambientais (ex. melhoria do solo e conservação dos recursos naturais) e financeiros. Todos os eventos promovidos são gratuitos e agendados conforme cronograma do projeto.

O IPÊ – O Instituto de Pesquisas Ecológicas é uma organização não governamental brasileira que trabalha pela conservação da biodiversidadedo País, por meio de ciência, educação e negócios sustentáveis. Fundado em 1992, possui título de Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e tem sua sede em Nazaré Paulista. Presente na Mata Atlântica, Amazônia e Pantanal, o Instituto realiza cerca de 40 projetos que incluem pesquisa científica de espécies da fauna e flora, ações de educação ambiental e envolvimento comunitário, além de intervenções em paisagens e apoio à construção de políticas públicas relacionadas com a conservação socioambiental. As atividades de educação ambiental e iniciativas conservacionistas alcançam cerca de dez mil pessoas por ano e são baseadas no Modelo IPÊ de Conservação, criado e implementado pelo Instituto ao longo de mais de 20 anos de atuação socioambiental. O IPÊ realiza projetos liderados por pesquisadores especializados em diversas áreas do conhecimento. Ao todo, são 80 profissionais, 15 mestres e dez doutores que fazem parte também do corpo docente de seu centro de formação que capacita cerca de 500 pessoas por ano em temas socioambientais. Para multiplicar e transferir o conhecimento adquirido em anos de trabalho com conservação, o Instituto oferece: cursos livres, Mestrado Profissional e MBA. (Fonte: Lizandra Mayra / Foto: Márcia Zoet – arquivo IPÊ)

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