Uma briga entre lavradores levou a óbito o lavrador Flávio Orlando Pereira, 39 anos. O assassinato aconteceu na segunda-feira, 2/12, no bairro Cruz Alta, zona rural de Pouso Alegre/MG. Os irmãos lavradores Jesus Roberto Pereira, 50 anos, e Fábio Ronaldo Pereira, 46 anos, são suspeitos de matar o próprio irmão caçula por causa de desavenças familiares.
Segundo as informações levantadas pela Polícia Militar, os irmãos mais velhos tinham desavenças com Flávio. Numa destas agressões, a vítima não resistiu e morreu no hospital. O crime foi no Sítio Campo da Lagoa e testemunhas disseram que há cerca de um mês Flávio provocou danos ao veículo da marca Gol de propriedade de Jesus. Fábio tomou as dores do irmão mais velho. Com isso, os três irmãos se envolveram numa briga no quintal do sitio da família. Acionada por um denunciante, a PM não chegou a presenciar a briga. Flávio já estava caído no quintal, desacordado e com sangramento na cabeça quando os agentes militares chegaram. Os suspeitos também não estavam mais no sítio quando a vítima foi encontrada.
Ainda de acordo com a PM, por se tratar de uma localidade rural e que está afastada da movimentação popular, não há nenhuma informação detalhada sobre a exatidão dos fatos; e se a vítima foi agredida por apenas um dos suspeitos ou por ambos. O Corpo de Bombeiros esteve no local e resgatou Flávio. Ele foi levado ao Hospital Samuel Libânio de Pouso alegre. A perícia técnica não pode ser realizada porque a vítima havia sido socorrida e o local não foi preservado após o crime.
Flávio sofreu um profundo ferimento, corte profundo na cabeça e diversas fraturas na face. Ele morreu no hospital e os militares realizaram rastreamento na tentativa de localizar os suspeitos, mas ninguém foi preso até o momento. Agora as investigações ficam por conta da Delegacia de Polícia Civil de Pouso Alegre.
Até onde a rivalidade entre irmãos pode destruir a família?
Psicólogos e especialistas em relacionamentos, ansiedade e síndrome do pânico apontam que até nos mais antigos documentos escritos pelo homem (Bíblia) revela-se uma triste história, que sugere quando Caim matou Abel por inveja. Mas será que é realmente possível existir sentimentos negativos entre irmãos?
Infelizmente a resposta é sim! O primeiro sinal desse sentimento pode partir do ciúme, em uma primeira fase, podendo evoluir para inveja e chegar a uma situação extrema que é o ódio. A chave de um bom relacionamento entre irmãos são os pais. Eles são o coração da família, por isso devem desde cedo, observar as atitudes dos filhos. Os pais devem ficar atentos ao comportamento dos filhos desde os três anos de idade, que é a fase em que a criança descobre que ela e a mãe não são a mesma pessoa. É nessa fase de descoberta que o filho aprende a lidar com a frustração e saber que a mãe não é única e exclusivamente dele.
O relacionamento entre irmãos será sempre marcado pelo ciúme mas deve-se observar o seu grau para que não saia do estágio de normalidade. Observar os comportamentos é a palavra chave – em qualquer idade –, se o ciúme e as brigas são apenas para chamar a atenção dos pais ou se ultrapassam limites, com agressão física e palavras ofensivas. Geralmente, as crianças e adolescentes disputam a atenção dos pais para chamar atenção. Na fase infantil, essa situação é aceitável até certo limite. Os pais devem ficar tomar atitudes mais enérgicas quando a situação se torna perturbadora. Não há como saber quem briga mais, se os meninos ou as meninas, mas adianta que irmãos do mesmo sexo tendem a se entender melhor. Ao contrário do que se imagina, irmãos gêmeos não armam disputas entre si, mas as comparações são inevitáveis. A melhor maneira de lidar com a comparação é impor limites. O primeiro passo para aprender a enfrentar as comparações é não deixar a baixa auto-estima tomar conta de um dois irmãos.
Para que a família viva bem e em harmonia, é necessário desenvolver o respeito entre o espaço de cada um dividir, além da divisão dentro e fora do lar. Os pais devem ficar atentos também na questão da preferência. O filho caçula e o primogênito não devem ser privilegiados pela família. Isso pode causar traumas irreversíveis de baixa auto-estima. Irmãos gêmeos também devem ser criados como duas pessoas diferentes. A convivência facilita que os pais identifiquem dificuldades e pontos fortes em cada um e tentem descobrir maneiras em que os dois filhos possam se ajudar mutuamente. (Com informações de Alexandre Bez – psicólogo)
Por Léo Demeter | Jornalista