Médica oncologista fala sobre a doença, causas, diagnóstico e possíveis tratamentos
Maio é o mês da prevenção e combate ao câncer de cérebro, tipo, que segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), deve atingir mais de 11 mil pessoas só neste ano. Ainda de acordo com a entidade, o câncer cerebral é o décimo mais comum entre os brasileiros, de ambos os sexos. Mas, a mortalidade entre as mulheres é maior, representando 4,5% dos óbitos por câncer (sétima posição). Enquanto os homens somam 4,3%.
Francis de Oliveira, médica oncologista clínica da Aliança Instituto de Oncologia explica que a enfermidade apresenta sintomas muito comuns, como a dor de cabeça. De acordo com ela, os indícios aparecem de acordo com o crescimento do tumor, que pode comprimir e/ou infiltrar as estruturas ao redor. A médica pontua os mais específicos: convulsões, náuseas ou vômitos, alterações visuais, alterações cognitivas (compreensão e entendimento), alterações na fala, fraqueza ou dormência em algum membro, como o braço ou a perna, e ainda alterações no nível de consciência.
“É importante saber que a presença desses sintomas também pode estar associada à outra doença. Uma avaliação mais precisa do seu médico e da condição clínica do paciente irá determinar o diagnóstico bem como a análise sistemática dos exames”, pondera.
Tipos da doença
A especialista acrescenta que o câncer de cérebro pode ser primário ou secundário. “Quando o câncer é originado das células do cérebro, o tumor é primário. Quando é originado de células tumorais de outro órgão que acomete o cérebro por disseminação hematogênica, o tumor é secundário”, ressalta.
Segundo a médica este é o tipo mais comum, mais conhecido como metástase cerebral. “Os cânceres que mais metastizam são mama, pulmão, melanoma e rim”, aponta.
Causas, diagnóstico e tratamento
Dra. Francis pontua que as causas do aparecimento do câncer de cérebro ainda são pouco conhecidas, porém, há alguns fatores de risco já reconhecidos e que não podem ser descartados. “A exposição à radioterapia local prolongada, exposições de categorias ocupacionais como trabalho em indústrias petroquímicas e lavradores, traumatismos, infecções virais (EBV) e síndromes hereditárias específicas (neurofibromatoses, Síndrome de Li-Fraumeni, Síndrome de Von Hippel-Lindau)”, cita a médica.
De acordo com ela, existem estudos inconclusivos sobre a exposição à radiofrequência como telefonia móvel e outros meios de telecomunicações que podem contribuir para o risco de desenvolvimento de câncer cerebral. “O câncer cerebral tem um tempo de crescimento variável, podendo ser avaliado em dias e até anos. E o diagnóstico precoce ajuda muito no tratamento”, comenta.
A médica destaca que esse tipo de câncer é descoberto através da avaliação clínica/neurológica, realização de exames de imagem como tomografia computadorizada do crânio e ressonância magnética do crânio. “O diagnóstico definitivo é confirmado pelo patologista através do exame histopatológico (exame do material do tumor coletado pelo neurocirurgião) e exame de imuno-histoquímico”, diz a Dra Francis.
Já o tratamento do câncer de cérebro pode ser realizado com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A recuperação pode variar de acordo de cada paciente e da situação em específico. O prognóstico varia consideravelmente de acordo com o tipo do tumor e da disseminação (infiltração local) no momento do diagnóstico e a sobrevida em cinco anos depende principalmente do tipo histológico.
“Sabe-se que o câncer em geral modifica muito a vida do paciente, principalmente quando acomete o cérebro, porque esta alteração com o físico na maioria das vezes o paciente fica dependente da família, além do emocional e social”, finaliza.
Fonte: Grupo Objetiva