Segundo pesquisa, 72% da população brasileira sofre alguma sequela do estresse. Entre esses, 32% tem a Síndrome de burnout
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou a definição da Síndrome de burnout, ou esgotamento profissional, que foi oficializada como resultante de “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.
A organização também definiu melhor as características predominantes para o diagnóstico da síndrome.
Segundo Ana Maria Rossi, PhD e presidente da International Stress Management Association do Brasil (ISMA-BR), a mudança pode ajudar os profissionais que sofrem com o problema.
Para ela, o efeito que a definição possa ter para os trabalhadores ainda é incerto, mesmo seus colegas de profissão dos Estados Unidos, que ela entrou em contato, ainda não chegaram a um consenso sobre a alteração da OMS.
“Com o código internacional relacionando a síndrome ao ambiente de trabalho, uma decisão na área jurídica pode ter mais clareza, pois vai ser validada contra diferentes interpretações. Mesmo para especialistas da área a definição era um tanto vaga, imagina para um juiz ou desembargador. Acho também que, para os profissionais que tratam e se especializam na área de estresse, ficará mais específico”, comenta Rossi.
A especialista explica que a posição do burnout no capítulo sobre transtornos depressivos causava confusão entre a síndrome e a depressão.
Da mesma forma que o estresse negativo, ou distresse, pode causar efeito físicos, como dores de cabeça e de estômago, a depressão é um dos sintomas comuns do transtorno. A síndrome é o resultado de níveis devastadores de estresse, como define a especialista.
De acordo com pesquisa realizada pelo ISMA-BR em 2018, 72% da população brasileira sofre alguma sequela do estresse, do leve ao considerado devastador. Entre esses, 32% tem a Síndrome de burnout.
Desses, 92% declararam que sentem que não tem condições de trabalhar, mas continuam por receio de serem demitidos. E 49% também sofrem com depressão, com tendência a desenvolver a versão crônica da doença, e 90% praticam o presenteísmo, quando o funcionário está presente fisicamente, mas emocionalmente ou mentalmente distante do trabalho.
São muitos os sintomas do esgotamento, mas a presidente da ISMA-BR ajuda a esclarecer os três pontos fundamentais para o diagnóstico do transtorno. Na OMS, eles foram definidos como: falta de energia e exaustão; distanciamento mental do trabalho; e redução de eficácia.
Fonte: Exame.abril.com.br