Enquanto o fenômeno da “vida sem carro” parece ganhar força, estudos mostram que a posse de carros nos EUA aumentou
Nos Estados Unidos, o fenômeno da “vida sem carro” parece ter ganhado força à medida que imobiliárias americanas, por exemplo, começaram a anunciar apartamentos sem vaga para estacionamento. Em vez disso, apostam na instalação de pontos de embarque para serviços de transporte por aplicativo, como Uber e Lyft.
Além disso, a prefeitura de Nova York proibiu a circulação de carros na Times Square, para a circulação de pedestres, e na 14th Street, uma das avenidas mais movimentadas da cidade, para priorizar faixas exclusivas para ônibus.
Cidades e empresas têm adotado medidas como estas com o intuito de ajudar a reduzir emissões de poluentes e facilitar a locomoção a pé ou de bicicleta. Entretanto, a posse de carros particulares nos EUA aumentou nos últimos anos. Isso acontece mesmo com a popularização dos aplicativos de transporte nas grandes cidades.
De acordo com um artigo publicado no site CityLab, o número de veículos cresceu mais rapidamente do que a população em cidades como Boston, Los Angeles, Nova York, Filadélfia e Chicago. Além disso, alguns serviços que ajudaram popularizar o hábito de abandonar os carros particulares estão enfrentando dificuldades.
A Car2Go, empresa de compartilhamento de veículos que agora pertence a Daimler e a BMW, anunciou que vai deixar de oferecer o serviço em metade das cidades americanas onde atuava. Já a Lime cancelou seu serviço experimental de compartilhamento de carros, o “LimePod”, em Seattle.
A plataforma de compartilhamento de carros Maven, administrada pela General Motors (GM) encerrou as atividades em algumas cidades dos Estados Unidos. Uber e Lyft, que fizeram IPOS (ofertas públicas iniciais) nas últimas semanas, ainda estão perdendo dinheiro.
Pesquisadores sugerem uma série de razões para esse fenômeno. Uma delas é que o movimento “sem carro” tenha ocorrido nos anos seguintes a recessão na economia americana, quando a posse de automóveis ainda era sinônimo de luxo e gasto excessivo. Mas desde a recuperação, o país viveu alguns de seus melhores anos em relação à venda de carros. Enquanto isso, os preços da gasolina caíram, tornando mais barato andar de carro em muitas cidades.
Outra razão pode estar na geração dos millennials. Pesquisas recentes sugeriram que essa faixa etária tem adiado cada vez mais a formação de famílias. Isso explica porque estão menos interessados em possuir o veículo, e não por que têm aversão à eles. Isso contribuiu para que as taxas de posse de carros fossem mais baixas.
Fonte: Época Negócios