A expansão industrial da cidade de Pouso Alegre/MG continua refletindo fortemente no mercado de trabalho. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), órgão estatístico ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, classificam a cidade como terceira maior geradora de empregos do estado, atrás apenas de Montes Claros e Contagem, municípios até seis vezes mais populosos. Conforme os dados do Caged, no mês de julho, o saldo entre demissões e admissões em Pouso Alegre foi positivo, 586 novos postos foram abertos.
Indústria e o setor de serviços foram mais uma vez decisivos para alavancar a criação de empregos formais na cidade. Refletindo o dinamismo da economia local, a demanda por serviços diversos levaram à criação de 321 novas oportunidades no setor. Na indústria, 105 novas vagas foram geradas. No acumulado do ano, os dois setores voltam a se destacar, respondendo por nada menos que 81% do saldo positivo do mercado de trabalho no município. De janeiro a julho, a indústria abriu 779 postos de trabalho. O setor de serviços agregou outros 898 profissionais. Na comparação com Varginha e Poços de Caldas, as outras cidades-polo da região, Pouso Alegre sai-se ainda melhor nos dois períodos. No mês de julho, Varginha abriu 189 postos de trabalho contra 121 de Poços de Calda. Menos de um terço do volume gerado em Pouso Alegre. No acumulado do ano, o mercado de trabalho pouso-alegrense segue ainda mais aquecido que os demais. De janeiro a julho, a cidade já ultrapassou a barreira dos 2 mil postos criados, foram exatas 2.068 novas vagas. Foi seguida de longe por Varginha, com 1.362 postos, e ainda mais distante por Poços de Caldas, que no período viu as oportunidades de emprego encolher em 622 vagas.
Contraste – O momento pelo qual atravessa o mercado de trabalho de Pouso Alegre ganha mais evidência num contexto em que a geração de empregos no país, em especial no setor industrial, perde força. Apesar de o índice de desemprego ainda estar no menor patamar da história, o mês de julho, mesmo criando novas vagas em todo país, encerrou com a menor taxa de abertura de empregos formais dos últimos dez anos. Ainda assim, a avaliação do governo federal é que, no horizonte de médio e longo prazo, o mercado de trabalho continue aquecido.
Razões – O prefeito Agnaldo Perugini atribui o excelente desempenho de Pouso Alegre à expansão de seu parque industrial e ao aumento da renda da população. “A política de atração de investimentos da nossa administração deu certo. Situou Pouso Alegre entre as cidades que mais investimentos receberam nos últimos quatro anos. Novas empresas chegaram, o nível da renda dos trabalhadores aumentou e, além de criarmos vagas na indústria, criamos demanda por mais serviços. O ciclo virtuoso se completou”, considera. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Ação Regional, Raphael Prado, o desempenho do mercado de trabalho em Pouso Alegre deve continuar acima da média. Ele lembra que empresas como a chinesa fabricante de máquinas pesadas XCMG e o Centro de Distribuição da Unilever ainda estão na fase inicial de contratações e o preenchimento de seus quadros deve refletir fortemente nas estatísticas. “Temos também o SerraSul Shopping que segue com um forte ritmo de contratações a cada nova loja inaugurada. Na última semana, acompanhamos a inauguração de um hipermercado no centro de compras. São mais centenas de empregos gerados”, sublinha.
Foram 10.783 postos de trabalho gerados, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012, para uma população de 130.615 habitantes, segundo dados do Censo de 2010. A média de um emprego para cada 12,1 habitantes é mais que o dobro do registrado pelo país (1/27,1) e em Minas (1/25,7). Aplicando-se a metodologia às outras duas cidades-pólo da região, fica ainda mais claro o alto desempenho do município. A cidade de Varginha gerou quase três vezes menos emprego. A proporção lá foi de um emprego para cada 30 habitantes (1/30). Poços de Caldas, pólo turístico e com um azeitado setor comercial e industrial, registrou ótimo desempenho, mas ainda assim aquém de Pouso Alegre, com uma nova vaga de emprego para cada 15 habitantes (1/15).