O período de seca, aliado às altas temperaturas e à baixa umidade, é culpado por inúmeros problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. Contudo, além da poeira e dos demais fatores naturais provenientes da época, ações provocadas pelo homem ainda vão de encontro a piorar este quadro. As queimadas, que neste período são rotineiras, acabam contribuindo muito para o agravamento destas doenças.
Num mundo onde a dinamicidade das relações impera e a falta de tempo é cada vez mais comum, praticar a política da boa vizinhança está se tornando cada dia mais raro. “O nosso direito termina onde começa o do próximo, isso é um ensinamento simples e antigo que é válido até hoje, pois nada mais é que respeitar e saber que nossas ações podem prejudicar outras pessoas. A prática indiscriminada de queimadas no perímetro urbano é ilegal, e prevê notificações e multas, no caso de reincidência”, afirma a responsável pelo Departamento de Meio Ambiente de Vargem, Alex Morais.
Este tipo de ações é irregular, e denuncias podem e devem ser feitas para o Departamento de Meio Ambiente através do telefone: 4598-2722.
Segundo Alex, “o fato de o clima estar mais seco este ano e da estiagem estar muito mais pronunciada favorece ao aumento das queimadas. Um clima mais seco como esse é mais fácil para as pessoas usarem o fogo e para o fogo se propagar de maneira mais rápida”.
Contudo, ele faz questão de ressaltar que nenhum incêndio acontece de forma espontânea, ou seja, sempre é ocasionada por intervenção humana. “É muito importante deixar isso bem claro. Não existe essa coisa de combustão espontânea, de o fogo começar sozinho. Isso é falso, não existe. Sempre tem alguém por trás dessas queimadas. Ou de propósito ou por descuido”, explica.
Recuperação do solo
O especialista ainda adverte para os danos que a repetição das queimadas causa ao solo e às vegetações de cada ecossistema, que contam com pequenas chances de se recuperar. “Vai depender da recorrência das queimadas. Se deixarem essa área que queimou sossegada por algumas décadas, a vegetação se recupera. Mas se o pessoal voltar a queimar todo ano ou mais de uma vez por ano, como acontece em muitos casos, aí não tem nada que se recupere nem os bichos, nem a flora, nem nada”, advertiu.
Alex ainda revela que o número de incêndios no país é uma preocupação em escala global: “Existem alguns estudos indicando que as emissões das queimadas do Brasil são a nossa principal contribuição para essa questão das mudanças climáticas”.
Na região de Vargem, o problema parece ainda pior, uma vez que alguns pontos de incêndio são provocados pelos próprios produtores, com a crença de que estão ajudando suas plantações. “Em curto prazo, você tem um beneficio aparente para o solo, devido à concentração de minerais que ficam nas cinzas, por isso que é muito comum você ver essas pessoas de roças pequenas usarem o fogo para queimar antes de plantar. Porém, se você repetir essa técnica por muitos anos seguidos, você acaba empobrecendo o solo, já que são os nutrientes vão para a atmosfera”, explicou Alex.
Para coibir essa prática, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) aplica multas que variam entre R$ 100 mil e R$ 200 mil para cada flagrante.
Fonte: ASCOM Prefeitura de Vargem
