Muito além da fisiologia, atletas de ponta também buscam driblar o tabu das psicopatologias e trazer à tona as relações entre o alto rendimento e saúde mental
Quando esporte e saúde se misturam, é comum que o imaginário popular fale em joelhos atrapalhando atacantes, dores no ombro desfalcando goleiros e aquele desconforto na coxa tirando de campo um zagueiro em plena partida. Sim, temos a ideia de que o atleta de alto rendimento só sofre impactos físicos, o que é um mito.
Acometendo cada vez mais brasileiros, a depressão e suas doenças associadas também já fazem parte da realidade dos esportistas. Cristiane, autora de três gols na estreia da Seleção Brasileira contra a Jamaica, que o diga. A craque do Brasil precisou superar um quadro depressivo para voltar a brilhar.
Por conta de problemas físicos, que a tiraram dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a atacante do São Paulo chegou a duvidar que participaria de outra Copa do Mundo, o que poderia mudar os rumos de sua carreira.
Outro exemplo é o atacante Nilmar, que brilhou por Corinthians e Internacional. Ao se transferir para o Santos, no entanto, já aos 33, o jogador foi perdendo as forças para treinar e jogar. Em alguns meses, rescindiu com o peixe com só dois jogos na passagem. A depressão também foi motivadora.
O que Nilmar e Cristiane têm em comum, além da função, é estar em um esporte que ainda trata esses temas com constrangimento. E segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos só crescem. Na última década, o número de pessoas diagnosticadas aumentou 18,4%, o que já supera a casa dos 320 milhões de depressivos. É preciso, o quanto antes, colocar o assunto em campo, ou na quadra, piscina, arena, pista.
Fonte: Assessoria de Imprensa Universidade Presbiteriana Mackenzie