Tomossíntese encontra mais câncer de mama, mas também mais falsos-positivos

Radiologista diz que todo avanço tecnológico exige profissionais mais capacitados

 A detecção de um câncer de mama através da mamografia gira em torno dos 75%. Introduzida nos últimos anos, a tomossíntese – também conhecida como mamografia 3D – conseguiu aumentar a precisão diagnóstica do câncer de mama em 15%, sendo importante aliada na detecção precoce da doença. Estudo publicado recentemente na revista Lancet Oncology revela que o uso de software que utiliza as imagens da tomossíntese e produz imagens mamográficas em duas dimensões, sintetizadas, traz vantagens e desvantagens. Enquanto é possível melhorar o diagnóstico da doença – especialmente em pacientes jovens e com mamas densas – o exame também aumenta a quantidade de resultados falsos-positivos – que é quando a paciente é convocada novamente para fazer exames complementares com suspeita de câncer de mama, quando na verdade não tem a doença.

O estudo, realizado por pesquisadores italianos e australianos, avaliou 9.672 pacientes assintomáticas durante determinado período. Nesses exames, a taxa de detecção de câncer foi maior com o uso da tomossíntese. A combinação de mamografia com tomossíntese também detectou tumores menores.  A imagem sintetizada foi comparável à da mamografia, permitindo reduzir a dose de radiação nos exames.

Para Vivian Schivartche, médica radiologista do CDB Medicina Diagnóstica e uma das pioneiras na introdução da tomossíntese com mamografia sintetizada no Brasil, a superioridade nas imagens mamográficas quando se faz o uso do software é notável, mas exige, de outra parte, um aperfeiçoamento profissional para que a interpretação não deixe margem a dúvidas. A médica diz que esse método diagnóstico permite a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precocemente, quando comparada à mamografia convencional.

“Quando a mamografia convencional (2D) é realizada isoladamente, a sobreposição de estruturas da mama pode simular lesões suspeitas, obrigando a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, ou até mesmo uma biópsia. A tomossíntese elimina a sobreposição dos tecidos. Com isso, temos melhor definição das bordas das lesões, melhor detecção de lesões sutis e melhor localização da lesão na mama. Em média, o exame leva quatro segundos para ser realizado, pouco mais que a mamografia convencional. Entretanto, permite a detecção do câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Além disso, com o uso do software, a exposição à radiação – que é um fator a ser considerado – cai pela metade. Sendo assim, é muito vantajoso para a paciente com suspeita de câncer de mama”, diz a médica.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para quase 60 mil novos casos de câncer de mama todos os anos. A doença corresponde a 22% de todos os tipos de câncer e ainda tem elevada taxa de mortalidade porque muitas mulheres não fazem a mamografia anual depois dos 40 anos. Ou seja, o diagnóstico geralmente é realizado quando o tumor já está num estágio avançado. Com os avanços da medicina, quando diagnosticada e tratada logo no início, a doença tem boas chances de cura.

Fontes: http://www.auntminnie.com/index.aspx?sec=sup&sub=wom&pag=dis&itemId=114687

Dra. Vivian Schivartche, médica radiologista do CDB Medicina Diagnóstica (CDB Premium), especialista em diagnóstico da mama – www.cdb.com.br

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