A obesidade é definida como um excesso de tecido adiposo no organismo; tal excesso dá-se, segundo conceito generalizado, por uma ingestão calórica que sobrepassa o gasto calórico.
Segundo pesquisa feita nos EUA, de 1910 a 1980,mostrou que o número de calorias ingeridas por dia não se alterou significativamente, mas a porcentagem de gorduras na dieta elevou-se de maneira nítida, paralelamente à elevação na porcentagem de obesos naquele país. Isso porque, há poucas dúvidas de que as calorias contidas nas gorduras levam a uma adipogênese (engorda) muito mais eficiente que as calorias contidas nas proteínas e nos carboidratos.
Por outro lado nosso gasto calórico diário (calorigênese de 24 horas), dá-se por três vias: o metabolismo basal,que constitui a queima calórica do indivíduo dormindo; metabolismo de repouso,que é a queima calórica gerada pelo organismo em repouso, mas já desperto e por fim a calorigênese exercício- induzida que é obtida através de qualquer atividade física, programada ou espontânea, e é variável de indivíduo para indivíduo.O gasto calórico médio de um individuo é calculado em torno de 2000 calorias/dia.
A obesidade é uma doençade prevalência crescente e que vem no Brasil e no mundo adquirindo proporções alarmantemente epidêmicas,sendo um dos principais problemas de saúde pública da sociedade moderna. É classificada pela Organização Mundial de Saúde,segundo o Índice de Massa Corpórea , que se calcula dividindo o peso pela altura ao quadrado (Kg/m2).
Magreza: IMC < 18,5
Normal: IMC de 18,5-24,9
Sobrepeso: IMC de 25-29,9
Obesidade: IMC de 30-39,9
Obesidade grave: IMC >40
A Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, elaboraram consensos sobre a gravidade da obesidade e os critério de aplicação de seu tratamento cirúrgico, que se resume para entendimento prático, indivíduos com IMC maior que 35 Kg/m2 que apresentam doenças associadas (diabetes,pressão alta, problemas de coluna e etc) e aqueles com IMC maior que 40 Kg/m2 mesmo sem doenças associadas,está indicado o tratamento cirúrgico.
Ao se discutir a respeito do melhor tratamento atual para a obesidade mórbida, hoje, a cirurgia bariátrica constitui o tratamento mais eficaz desta doença por várias razões. A principal é que a perda de peso obtida pela cirurgia não é conseguida como na modalidade de tratamento clínico e portanto temporário, ela é definitiva. Esta perda de peso significativa apresenta uma série de benefícios : supressão ou redução dos antidiabéticos orais e/ou insulina em 95% dos diabéticos tipo 2, cura da síndrome da apnéia do sono em 90% dos pacientes , dos sintomas do refluxo estomacal, redução da pressão alta, queda dos níveis de colesterol e triglicérides,etc, e acima de tudo , melhora da qualidade de vida.
Os pacientes ficam livres das decepções dos tratamentos clínicos,da discriminação, dos problemas com o tamanho,das descompensações das comorbidades e muito mais. Como quase 60% dos pacientes com obesidade mórbida são obesos desde a infância, a modalidade cirúrgica leva esses pacientes a um lugar aonde eles nunca estiveram, que é a do bem estar físico e emocional.
Dr. Manoel dos Santos Quelhas Filho.
CRM-MG 42054
CRM-SP 88468
Cirurgião do Aparelho Digestivo
Cirurgia Bariátrica
Cirurgia Video Laparoscópica
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva
Foto: Reprodução