Nesta terça-feira, 03 de novembro, após 12 dias de desaparecimento, as Polícias Civil e Militar encontraram o corpo da jovem universitária, Larissa Gonçalves de Souza, na Serra do Lopo em Extrema. A localização só foi possível após um dos caseiros das chácaras localizadas no bairro rural ter sentido um forte cheiro ao passar pelo local e encontrar o corpo da jovem em uma ribanceira.

Larissa estava desaparecida desde o dia 23 de outubro, quando foi sequestrada por um casal na rodoviária de Extrema. Após a localização do corpo e investigações da Polícia Civil que já identificavam um possível suspeito, José Roberto Freire, comerciante local, foi preso como mandante do crime.

Em depoimento, José Roberto confirmou que mandou sequestrar e matar Larissa por ciúmes, pois tinha um caso com seu namorado Luccas Gamero. O acusado contou à polícia que com a ajuda de um garoto de programa contratou o casal na Praça de República em São Paulo para que eles realizassem o serviço pelo valor de cerca de mil reais, no dia do crime José foi de encontro ao casal e conhecendo a rotina de Larissa ficou a sua espera no pátio do terminal rodoviário.

Após a abordagem, o casal levou a jovem até a casa do mandante, onde assassinaram a jovem com requintes de crueldade, de acordo com a Médica Legista Tatiana Telles Koeller de Matos. Com Larissa morta, o casal e José Roberto levaram o corpo até a ribanceira da serra e o deixaram lá.

Em coletiva de imprensa, realizada pela Polícia Civil, hoje, 04 de novembro. O Delegado Valdemar Lídio Gomes Pinto contou a imprensa mais detalhes sobre o depoimento de José Roberto. Um dos fatos que mais surpreenderam foi o comerciante afirmar que Luccas, namorado de Larissa, o ajudou a planejar o crime e, inclusive, pagou o valor estipulado pelo casal de São Paulo para a efetivação do crime, em seus depoimentos Luccas nega qualquer participação, porém pelas declarações fortes de José e pelo bom andamento do inquérito policial a Polícia Civil emitiu mandado de prisão ao rapaz.

De acordo com José Roberto, Luccas planejou o crime por não querer que seu relacionamento homossexual fosse exposto. “Ele preferiu ser um assassino do que assumir a sexualidade dele, mesmo tendo hoje em dia no mundo inteiro a liberdade para as pessoas expressarem suas preferências”, afirma o Delegado.

Segundo Valdemar Lidio, Luccas será ouvido pela terceira vez. “Vamos buscar provas que tragam a verdade dos fatos e nos traga a convicção de todos os envolvidos para que eles paguem por esse crime brutal”, explica.

Além dos suspeitos já presos, a Polícia está em busca de mais uma pessoa suspeita, não revelada até o momento, e do casal que matou a jovem.

O corpo

A Médica Legista Tatiana Telles Koeller de Matos, durante a coletiva de imprensa, pode contar os detalhes de como encontraram o corpo de Larissa. De acordo com a médica a jovem foi encontrada em uma sacola de compras, com os punhos atados aos pés por fios elétricos e os pulsos por fitas adesivas, assim como seu rosto que foi completamente coberto. O corpo estava cobertos por marcas roxas, a mandíbula estava fraturada em dois locais e ossos do pescoço também foram fraturados

“A marca da amarradura dos punhos mostrava que ela tinha bastante sinal vital, ela foi amarrada em vida, somada a esse fato temos a multiplicidade de lesões, podemos inferir que houve crueldade”, afirma a legista.

Sobre o ferimento que pode ter causado a morte da jovem, a Dr. Tatiana afirma que não pode afirmar com certeza no momento pelo avançado estado de putrefação do corpo, mas que pode ter sido por estrangulamento, já que havia marcas no pescoço, ou por asfixia pôr as vias aéreas estarem fechadas pela fita adesiva.

Repercussão

Após a prisão de José Roberto Freire, sua loja no centro de Extrema, foi arrombada e vandalizada por moradores revoltados com o crime.

Na tarde desta quarta-feira, pais e amigos de Larissa se reuniram na frente da Delegacia de Polícia Civil para pedir justiça pela morte da jovem. Apesar do pedido de prisão preventiva de Luccas, a família não acredita que o jovem esteja envolvido com o crime.