Em 1817, d. Leonor de Oliveira Franco era proprietária do terreno onde hoje fica a Igreja Matriz. Havia no local plantação de palmito, roça de milho, montanhas cobertas de vegetação. Dona Leonor doou esse terreno, mandou colher o milho e o palmito e fez construir uma pequena capela, feita de pau-a-pique, coberta de sapés, sob a invocação de Santo Antônio, obtendo para tal a colaboração de parentes e de Domingos José de Oliveira (escravo de d. Leonor).
A inauguração foi marcada para o dia 13 de junho, dia do padroeiro. Mas o padre que deveria vir de Nazaré Paulista chegou somente no dia 16 de junho de 1817. A 2 de setembro de 1830, a capela passou à categoria de Capela Curada e recebeu seu primeiro pároco, o padre Camillo José de Moraes Lelis, época em que foram feitas melhorias, como cobertura em telhas, elevação do Batistério e aquisição da imagem do santo.
Com o passar dos anos e aumento de habitantes, houve a necessidade da construção de uma igreja maior, o que aconteceu em 13 de junho de 1884. Com grande ajuda dos fiéis e autoridades, sob a direção do padre Antônio Gonçalves de Oliveira, assentou-se a pedra fundamental da nova e atual Igreja Matriz.
Em 5 de novembro de 1891, a nova Igreja Matriz de Santo Antônio da Cachoeira (recebeu esse nome em homenagem ao santo de devoção de d. Leonor e ao Rio Cachoeira) foi inaugurada, tendo capacidade para receber de 5 a 6 mil pessoas, tornando-se uma das maiores do Estado de São Paulo. Sua construção foi feita em tijolo colonial e taipa, misturando os estilos colonial e romântico. Em 1913, foi colocado um relógio de estilo romântico na torre da igreja e, em 1933, o padre José Patrocínio Gonçalves realizou obras de troca do assoalho de madeira por cerâmica, no piso da igreja. Já em 1941 e 1942, o padre Francisco Jorge do Amaral promoveu uma reforma no telhado.
Reformas na Igreja Matriz
Em 1950 e 1951, foram realizadas obras de pintura interna na igreja, quadros, telões e paredes pelo padre Alexandre Venâncio Arminas. Em 1965, o padre Egídio José Porto fez as obras de reforma nas capelas Santíssimo e Nossa Senhora Aparecida, troca de telhas, colocação dos vitrais inferiores e superiores e ampliação do presbitério.
Em 1985 e 1986, o monsenhor Lélio Zappa Dantas realizou obras da parte elétrica, troca de assoalhos e forro do segundo piso da igreja e a reforma do Coro. De 1989 a 1992, reformou o telhado e troca de telhas das capelas Nossa Senhora das Graças e Nossa Senhora de Fátima, Santo Sepulcro, restauração de todos os quadros pintados na parede e do teto, restauração e douração com folhas de ouro de todos os altares =, o arco, o teto, os globos, brasões, lustres, reforma do campanário e sinos, colocação de todos os quadros de madeira e vitrais acima da porta do átrio, entalhes da porta principal e pintura interna e externa das paredes da Igreja Matriz. Todas essas reformas foram executadas pelo padre da época, Benedito Luiz Aparecido Godoy.
A Igreja Matriz Santo Antônio da Cachoeira é de extrema beleza, com suas paredes em tons dourados. Quando se olha para o teto, depara com a abóbada, que mostra toda a história da Igreja Católica Apostólica Romana. O teto da nave contém a figura de todos os papas, desde São Pedro até Francisco, num total de 268 papas. As pinturas foram feitas pelo artista Antônio Navickas com exceção do quadro de Bento XVI, pintado pelo artista plástico Luiz Esteves, e do último (Papa Francisco), feito pelo artista Wagner Luis Melo.
No mundo todo, existem apenas duas igrejas com figuras dos papas no teto: uma é a igreja de São Paulo Apóstolo, em Roma, e outra a Igreja Matriz de Santo Antônio da Cachoeira, em Piracaia. Localiza-se na praça Santo Antônio.
Fonte: Piracaia, Sossego nas Montanhas e Portal Piracaia
