A safra mineira de cebola, em 2013, atingiu 157,1 mil toneladas, conforme dados do IBGE. O volume é 11,8% superior ao registrado no ano passado e, de acordo com avaliação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), representa recorde na produção dos últimos vinte anos. Em 1994 foram colhidas 17 mil toneladas da planta nas lavouras do Estado e, em relação ao resultado daquele período, o volume atual é 830% maior. Já a produção brasileira de cebola em 2013, comparada à safra anterior, teve um recuo de 2,3% e ficou em 1,3 milhão de toneladas.
O secretário da Agricultura, Elmiro Nascimento, explica que o aumento da produção em Minas se deve à emigração da cultura para a região do Alto Paranaíba. “Há vinte anos, o Norte de Minas respondia por 46% da produção, por intermédio da agricultura familiar. Atualmente, 85% da safra estão concentrados no Alto Paranaíba, onde os produtores encontram condições topográficas e climáticas que permitem a mecanização e mais investimentos em tecnologia”, explica.
O conjunto das condições favoráveis ao cultivo no Alto Paranaíba possibilitou, em 2013, uma safra de 132,8 mil toneladas de cebola, sendo a produtividade de 56,9 toneladas por hectare. No Norte do Estado, o rendimento é de 23,5 toneladas por hectare, conforme avaliação da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea), da Secretaria.
No município de Rio Paranaíba, a expansão das lavouras foi de 30% na comparação com o ano passado, informa Admilson da Costa e Silva, extensionista local da Emater-MG. Segundo o IBGE, a produção municipal foi de 33 mil toneladas. Com esse volume, Rio Paranaíba ocupa a segunda posição no ranking de Minas, atrás de Santa Juliana, município localizado na mesma região e que registrou, em 2013, uma safra de 36 mil toneladas. “Apesar da variação dos resultados em função das diferenças regionais quanto à topografia e clima, a perspectiva é de expansão da produção de cebola em Minas”, ressalta o secretário. A safra atual foi desenvolvida em 2,8 mil hectares, uma expansão de 6,4% em relação ao período anterior.
Destinos variados
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Uberlândia e Juiz de Fora são os principais destinos da cebola colhida em Rio Paranaíba. “Há também destinos mais distantes, como Manaus e Belém, no Norte do país. Apesar do custo do frete, em muitos casos a opção por esses mercados ainda compensa, inclusive para os produtores de outros segmentos”, prossegue o extensionista. Segundo Admilson, os agricultores de Rio Paranaíba (cerca de 50) trabalham no sistema de associação, o que facilita a organização da produção.
De acordo com o produtor José Roberto das Chagas, Belo Horizonte é o melhor mercado, mas ele fornece cebola inclusive para a Argentina e afirma que o custo do frete para ambos os destinos é praticamente o mesmo. A expectativa do produtor é de uma valorização do produto em relação ao ano passado. “A melhoria da cotação é necessária, porque o custo da atividade subiu mais de 100% em relação ao registrado na safra anterior, alcançando neste ano cerca de R$ 45 mil por hectare, ou cerca de R$ 18,00 a produção de um saco de vinte quilos”, avalia o agricultor. (Fonte: Agência Estado)
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