O segundo semestre do ano letivo começou. Para a maior parte dos estudantes é motivo para comemorar, rever amigos e voltar à vida normal. Porém, para algumas crianças e adolescentes estudar ou ir para a escola pode não ser tão divertido assim.
Por isso, com a ajuda da neuropsicopedagoga Viviani Zumpano e da neuropediatra, Dra. Karina Weinmann, preparamos uma lista de 8 sinais que podem indicar que o estudante está passando por uma alguma dificuldade que precisa ser avaliada:
1. Notas ruins em todas as matérias: Se a criança ou adolescente era um bom aluno e de repente começa a apresentar queda do desempenho escolar em todas as matérias, é preciso ficar atento. “Os pais precisam avaliar se há problemas em casa, como divórcio, chegada de um irmão, morte de um parente, etc. Além disso, conversar sobre um possível bullying ou conflito escolar também é importante. Pensar em problemas de visão é uma boa ideia, já que quando a criança não enxerga bem isso pode levar a problemas em sua performance escolar.
2. Notas ruins em matérias específicas: A criança é ótima em português, mas tem um desempenho ruim em matérias que envolvem cálculos ou vice-versa. Cada dificuldade pode ser um sinal dos diferentes tipos de Transtornos de Aprendizagem, como a discalculia ou dislexia.
3. Desatenção: A atenção é uma habilidade que se desenvolve com o tempo. Porém, se há reclamações da escola em relação a isso é bom averiguar. A falta de atenção é um dos comportamentos relacionados ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas pode também ser consequência de um sono não reparador, ansiedade, estresse ou depressão.
4. Agressividade: Se repentinamente a criança começa a apresentar comportamentos agressivos, bater nos colegas ou até mesmo a xingá-los, é um sinal de alerta. Bullying e problemas em casa podem ser a causa, assim como o TDAH ou ainda o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD).
5. Choro excessivo: Do mesmo modo que a agressividade, o choro pode indicar que a criança está passando por problemas com colegas, professores ou até mesmo com a família.
6. Dificuldades no relacionamento: Crianças brigam e fazem as pazes no mesmo dia e é importante deixar que resolvam suas questões sozinhas. Mas, se a criança não consegue fazer e manter amizades, os pais devem procurar ajuda especializada. A dificuldade de interação social pode ser simplesmente timidez, como também indicar algum transtorno do desenvolvimento, como o autismo.
7. Oposição excessiva: Por natureza, as crianças costumam desafiar pais e professores. Mas, se as reações são agressivas demais, se há resistência em aceitar regras, se incomodam os demais com suas atitudes e argumentam o tempo todo com os adultos, sem reconhecer sua responsabilidade perante um mau comportamento, os pais precisam procurar ajuda, uma vez que estes sinais podem indicar a presença do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), que costuma aparecer na idade pré-escolar, antes dos 10 anos. Vale lembrar que em 50% dos casos, o TOD e o TDAH acontecem juntos.
8. Preguiça de estudar: Se não há nenhuma explicação orgânica ou doença diagnosticada, a preguiça de estudar pode estar relacionada à falta de atribuições de responsabilidade em outros setores da vida da criança. “Atualmente, muitos pais não têm o costume de ensinar as crianças a terem tarefas e responsabilidades, como ajudar na arrumação da casa, ou organizar o próprio quarto, por exemplo. A única responsabilidade é estudar. Mas, como não aprenderam esses conceitos de deveres e direitos, alguns estudantes têm preguiça de estudar e acabam indo muito mal na escola.
O que fazer?
Se você é pai ou mãe e identificou algum sinal na lista, o ideal é procurar ajuda especializada. “Quanto mais precoce é o diagnóstico, melhor é a resposta ao tratamento. Mais importante ainda é lembrar que não adianta medicar a criança. É preciso identificar a causa e procurar resolvê-la. Quando necessário são usadas terapias como fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicoterapia e neuropsicopedagogia”, explica Dra. Karina.
“A fase escolar é um dos períodos mais marcantes na vida de uma pessoa. Por isso, precisamos estar atentos aos comportamentos das crianças e oferecer recursos que possam ser utilizados para que elas superem as dificuldades, principalmente quando o problema está mais ligado ao gerenciamento das emoções do que a alguma doença física”, conclui Viviani.
Fonte: Assessoria de Comunicação