Inverno e ressecamento da pele: risco de xerose cutânea aumenta na temporada fria

A capacidade da pele para regular a sua hidratação está na concentração de líquidos presentes nas camadas superiores e depende, fundamentalmente, de três fatores que ocorrem em diferentes profundidades dentro da cútis.

Os lipídios atuantes na chamada barreira lipídica da pele executam a função vital de reduzir a perda de água por evaporação. Já nas camadas mais profundas, as moléculas higroscópicas (que absorvem água do ambiente), os sais, e os aminoácidos atraem e fixam grandes quantidades de água. E são nas camadas mais profundas, a pele possui uma rede de hidratação que transporta água por meio, de canais formados por proteínas especiais. Elas atravessam a membrana celular e conduzem seletivamente as moléculas de água para dentro e fora da célula.

Este sistema se adapta às exigências de hidratação da pele, mantendo uma concentração adequada de água num ambiente variável.  No entanto, condições internas e externas podem comprometer o funcionamento dessa dinâmica e ocasionar o ressecamento da pele, ou a xerose cutânea.

“O termo médico é usado para designar a pele seca numa perspectiva patológica, ou seja, quando esse ressecamento pode configurar uma doença da pele. Esse distúrbio pode ser decorrente do envelhecimento (quando chamamos xerose senil) ou mesmo por doenças subjacentes, como o diabetes. O resultado é uma pele seca, áspera e tensa, mas que pode ainda progredir para um quadro de aspereza aguda, levando em alguns casos, à descamação e coceira”, alerta a doutora Luciana Maluf, dermatologista e consultora de beleza da Condor.

Banhos muito quentes e limpeza excessiva da pele

Entre os fatores externos que podem levar a quadros de xerose cutânea está a baixa umidade do ar, uma das principais características do inverno. Por isso, os médicos dermatologistas são unânimes em alertar sobre cuidados especiais com a pele nessa época do ano.

Ainda relacionada às temperaturas mais baixas, alguns hábitos comuns também podem levar ao problema. Como, por exemplo, banhos muito quentes e demorados. Mesmo sendo quase irresistível a ideia de um chuveiro bem quentinho num dia frio, o recomendável é não exagerar. A água morna é a melhor amiga da pele.  Em temperatura muito quente, a água tende a remover a camada de gordura natural (aquela barreira lipídica que reduz a perda de água por evaporação).

Existem outros riscos extrínsecos que também devem ser observados. Entre eles: a limpeza excessiva da pele. Se por um lado, a higienização adequada da cútis é fundamental para manter sua saúde e beleza; por outro, é preciso atentar para o equilíbrio. Quando muito frequente, a limpeza também causa a destruição da barreira protetora natural, sobretudo, com o uso de produtos mais agressivos a pele e sua estrutura lipídica.

A luz solar é outro fator que pode causar o ressecamento cutâneo, uma vez que os raios UV aumentam o índice de evaporação de água na pele e podem alterar o DNA celular. A longo prazo, a exposição excessiva com ou sem proteção ao sol pode causar o envelhecimento precoce, afetando a capacidade da pele em manter a hidratação adequada. “Por isso, segue nosso mantra: fotoproteção mesmo nos dias de frio ou nublados”, pondera a doutora Luciana Maluf, dermatologista e consultora de beleza da Condor.

Luciana Maluf ressalta ainda que esse cuidado com a hidratação deve ser considerado para todo o organismo, não apenas a pele. Um corpo desidratado não dispõe de recursos suficientes para fornecer água para a derme. Por isso, se manter hidratado é essencial também do ponto de vista dermatológico.

A indústria cosmética oferece diferentes fórmulas, produtos com atuações combinadas e até mesmo apresentações diferentes para essa ação hidratante (cremes, séruns, géis). Opções não faltam nesse segmento.

No entanto, é preciso atenção na hora de escolher a versão certa para o tipo de pele. “Hidratantes não são todos iguais. Eles combinam diferentes modos de ação. A umectante hidrata, retendo água nas camadas superficiais da pele; a hidratação ativa promete agir mais profundamente; e a oclusão é responsável por formar uma barreira protetora, impedindo a perda de água e da oleosidade natural da pele”, observa a dermatologista.

Um bom hidratante deve combinar mais de uma ação. O hidratante ideal é aquele indicado para a sua pele. Por isso, não deixe de consultar seu médico dermatologista para garantir a escolha certa. Caso contrário, além de não conseguir o resultado esperado, ainda é possível criar um problema. As substâncias usadas com a finalidade de evitar a perda de água são denominadas umectantes ou emolientes. E um dos umectantes mais usados nos hidratantes para a pele é a glicerina – também conhecida como glicerol.

Confira algumas indicações de bons produtos de acordo com o tipo da pele:

Pele seca: quando o assunto é hidratação, esse é o tipo mais sensível. O creme hidratante ideal para essa pele deve ser rico em antioxidantes: vitaminas A, C e E. O produto pode também ser um pouco mais “oleoso” e concentrado.

Pele oleosa: com maior produção de gordura, essa pele tem propensão à acne. Mas nada disso desobriga de manter a cútis devidamente hidratada. Excesso de oleosidade e hidratação são coisas diferentes. As melhores versões são os produtos em gel ou oil free/oil control.

Pele mista: de maneira geral apresenta oleosidade apenas na chamada zona T (queixo, nariz e testa), enquanto as bochechas podem até ser mais ressecadas. “Por isso, a palavra aqui é equilíbrio: um produto que hidrate a área ressecada sem aumentar a oleosidade da região mais crítica. Opções: hidratante em gel ou gel creme (sem óleos)”, declara a doutora Luciana Maluf, dermatologista e consultora de beleza da Condor.

Pele normal: caracterizada pelo equilíbrio hídrico e sebáceo, essa pele também precisa ser hidratada para manter essa característica. Boas indicações são loções com base aquosa ou os séruns, que hidratam interferindo o mínimo possível no equilíbrio natural da pele. A ureia aparece como bom componente para esse tipo de pele.

Fonte: Condor

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