Prefeitos cobram explicações da Copasa para a falta d’água no Estado

Estatal não realizou investimentos necessários para evitar a crise e descumpre contratos firmados com municípios

Prefeitos e vereadores das cidades que estão em situação de emergência por falta d’água cobraram da Copasa uma solução para a crise de abastecimento vivida no Estado. Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (23/10), os prefeitos afirmaram que a estatal não está realizando os investimentos necessários nem cumprindo os contratos firmados com os municípios, o que reflete diretamente na qualidade do serviço prestado. Segundo dados apresentados na audiência, cerca de 20% da população mineira está sofrendo com problemas de abastecimento.

“A Copasa tenta se justificar pela falta de chuva, existe realmente uma falta de chuva, mas isso era um fenômeno já esperado. A concessionária precisava fazer investimentos na captação de água adicional, usando poços artesianos ou outros rios. Não fez. Não se pode dizer que a falta de água é por um problema de clima. É por falta de investimento. Se não chover hoje na cidade terá que ser iniciado de novo o rodízio, com todo sofrimento que isso acarreta”, criticou o prefeito de Bom Despacho, Fernando José Castro Cabral.

O deputado Antônio Carlos Arantes, autor do requerimento para a realização do debate, lamentou a ausência da diretora-presidente da estatal, Sinara Inácio, e cobrou do governo explicações para essa crise. “Nosso requerimento era para que a presidente da Copasa estivesse aqui dando esclarecimentos sobre as ações e investimentos da empresa para o enfrentamento do problema. É um absurdo o que eles estão fazendo. Hoje podemos dizer que a Copasa mente e dá calote no cidadão porque ela cobra o esgoto e não trata, cobra água e não entrega”, disse.

Arantes ressaltou ainda que, mesmo sem realizar os investimentos necessários, a Copasa continua cobrando caro por um serviço que não está sendo prestado. Segundo o deputado, a situação é tão absurda, que os consumidores estão pagando pelo ar que passa pelos hidrômetros.

Situação de emergência

Reportagem do jornal O Tempo, publicada no final do mês passado, mostrou que 266 municípios mineiros estão em situação de emergência decretada em razão da seca. Isso significa que três em cada dez cidades mineiras (31%) sofrem com a falta de chuvas e problemas de abastecimento de água. Em cidades como a de Bom Despacho, é preciso recorrer a poços artesianos e caminhões-pipa para garantir fornecimento de água.

Em Arcos, o prefeito Denilson Teixeira, disse que os moradores estão tendo que conviver com o racionamento de água. “O que vemos é uma falta de respeito com a população. Sem um trabalho de revitalização das minas, das nascentes, das encostas, das matas ciliares, dos topos de morro, infelizmente, esse problema vai continuar. Enquanto isso, estamos lá, “apagando fogo” com caminhões-pipa”, disse.

Para Teixeira, essa situação poderia ter sido evitada com planejamento e boa gestão da Copasa. “Não tem surpresa nessa situação. Existe é falta de gestão da Copasa. Todos nós sabemos que a estiagem está aí há vários anos, que os rios estão secando. Não foi feito um trabalho para o produto que a Copasa vende, que não é dela. A água é nossa, ela só beneficia a água e vende. Ou seja, a Copasa não trata bem o seu produto”.

Fonte: Ascom – Bloco Verdade e Coerência – ALMG

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